Devido a ausência de atmosfera na órbita do satélite, os mecanismos de transferência de calor dentro do satélite são exclusivamente a condução e a radiação, sendo a condução o principal deles. Como o satélite é composto por uma grande quantidade de componentes fixos a uma estrutura metálica, é necessário prever com precisão como ocorre a condução de calor através das interfaces entre os componentes e a estrutura do satélite. Essas interfaces originam a chamada resistência térmica de contato. A resistência térmica de contato aparece porque as superfícies em contato são microscopicamente rugosas. Quando as superfícies rugosas são postas em contato uma contra a outra, as rugosidades só se tocam em alguns pontos discretos, formando uma grande quantidade de espaços vazios entre as peças.
Esses espaços vazios dificultam a transferência de calor. As linhas de fluxo de calor têm que contornar os espaços vazios e atravessar a interface apenas através dos pontos de contatos das rugosidades, conforme ilustrado abaixo. Macroscopicamente, esse fenômeno pode ser observado através de uma queda brusca de temperatura na região do contato. O objetivo do estudo da resistência térmica de contato é controlar as superfícies, os materiais e a pressão de contato de forma que a transferência de calor nas interfaces esteja dentro de níveis aceitáveis.
Um dos principais parâmetros para se prever com precisão a resitência térmica de contato é a pressão na interface entre os sólidos. Quando a pressão é uniforme em toda a superfície, o trabalho é relativamente simples. Porém, quando a pressão não é uniforme, como é o caso das aplicações em junções aparafusadas, a tarefa é mais complexa. A teoria existente sobre o contato de sólidos rugosos não é capaz de prever com precisão a distribuição de pressão na junção. Neste caso, o LABTUCAL vem desenvolviemnto um estudo de medição da pressão de contato usando filmes sensíveis à pressão, que são postos entre as superfícies em contato. De acordo com o nível de pressão que o filme está submetido, ele revela um gradiente de densidade de cor vermelha. Este gradiente de densidade é posteriormente traduzido em valores de pressão e correlacionado. O LABTUCAL emprega a distribuição de Weibull para correlacionar os valores de pressão.