Em gasodutos de Gás Natural as pressões são da ordem de 60 atm, enquanto que as pressões nos ramais que levam aos pontos de consumo são da ordem de 20 atm. O ponto de encontro dos ramais com o gasoduto, chamado city-gates possui estações de descompressão e medição e devem ser instaladas preferencialmente em áreas remotas, já que a segurança é uma prioridade. No city-gate é necessário instalar um equipamento para aquecer o gás natural para evitar os efeitos indesejados de congelamento decorrente da expansão do gás. O equipamento disponível no mercado para esta tarefa é o aquecedor de gás por chama indireta (Fig 1). Este equipamento consiste de um tanque de água na fase líquida onde estão imersas duas serpentinas: uma por onde passam gases quentes de combustão gerados por um queimador de gás e outra por onde passam os gases a serem aquecidos (Figura 2-a). O tubo de chama aquece a água, e esta aquece o gás natural. Um inconveniente no uso destes equipamentos é a necessidade de reabastecê-los periodicamente de água que se vaporizou durante o uso. Quando instalado em áreas remotas, a equipe de manutenção é obrigada a levar água por transporte rodoviário.
Outra forma pela qual pode ser feito o aquecimento indireto do gás natural é utilizando-se o conceito de câmara de vapor (Figura 2-b). Nesta concepção, o equipamento pode consistir em um tanque selado onde coexistem água e vapor de água (na ausência de ar atmosférico). O nível de água no tanque deve ser o suficiente para imergir o tubo de chama. O calor gerado pelo tubo de chama faz vaporizar a água líquida, e o contato do vapor de água com a serpentina por onde passa o gás natural ainda frio faz com que o vapor se condense novamente na forma de água líquida. Portanto a água serve como veículo para transportar calor de uma serpentina a outra, através da mudança de fase. As vantagens do uso de tal concepção seriam a ausência de necessidade de abastecimento de água, já que o sistema está selado e sem contato com a atmosfera, além de uma melhora no desempenho térmico, já que a transferência de calor se dá por mudança de fase, que é bem mais efetiva.